quarta-feira, 20 de março de 2013

A insistência do regresso



De um lado um partido que tem sede de poder e está disposto a tudo para alcançar os seus objetivos. Ainda neste mesmo lado, um advogado que quer fazer história na carreira política. Sim, ele quer ser reconhecido em todo o Brasil por ter sido o responsável por uma terceira eleição! Do outro lado, um povo e uma cidade jogada às moscas. Ruas esburacadas e inundadas e entulhos acastelados em cada esquina. Na periferia, gente que mora sobre as dunas e, vez por hora, presencia a casa tomada por areia em dias de vento. Moradores que não dispõem, sequer, da escritura das suas residências. Sim, invadiram o espaço. Mas invadiram por que não tiveram outra opção. Por que o município não dispõe de políticas públicas que facilite às pessoas carentes a compra de moradias. Pescadores amargando a falta de um simples acesso ao mar, comerciantes sem incentivo algum, ruas tomadas por mato de tal forma que são utilizadas para animais pastarem...

É assim, - senão pior, que está o mesmo município que hoje encontra-se a mercê dos sedentos pelo poder e do advogado que quer fazer história. Sim, por que não é mais uma questão de disputa e de oposição. Ora! O povo já deu a resposta DUAS vezes nas urnas. E que não venha o senso comum dizer que a vitória se deu graças aos votos de Criciúma. Quer dizer então que 4.286 pessoas vieram de Criciúma para votar? Esse discurso está tão defasado quanto o do “forasteiro” e ainda tem gente que insiste em “argumentar”. Quem votou foram as pessoas que já estão cansadas do descaso e do abandono vivenciado no município. Mas os sedentos não se conformam. Primeiro achavam que o dinheiro resolveria o problema, como sempre resolveu, - enganaram-se. Depois, não satisfeitos, esquematizaram uma violência tão absurda que fez com que o Rincão, no dia da eleição, retornasse a República Velha, época do coronelismo. Mas, o povo não deixou. Por que o povo contemporâneo, - e me orgulho em dizer isso, é bem diferente do povo daquela época. Conhecem a democracia e sabem que aqui o autoritarismo não impera.

Pois bem, fomos as urnas e escolhemos o melhor para o Rincão. Pronto, agora vão deixar o Rincão ir para frente? NÃO. Se o dinheiro não comprou e o coronelismo não resolveu, voltamos a mesma arma utilizada na eleição passada, ainda que tenha ficado claro que o povo não a aprovou, afinal, o povo é o menor interessado, e assim eles dizem e pensam. E lá estão, novamente, nos gabinetes de Brasília tentando desmantelar a decisão popular. Apostando que a vontade deles vai prevalecer, custe o que custar. E ainda tenho a infelicidade de ler, aqui nas redes sociais, pessoas que eu outrora considerava tão sensatas, tão inteligente, dizendo que esse é o direito que cabe a eles, de recorrer. É triste saber que, cada vez mais, trabalham em prol dos próprios interesses e vão deixando o Rincão à deriva. Eu procurei não me manifestar, procurei manter minha imparcialidade, ainda que o meu trabalho, sentimentalmente, não me permitisse. Pensei muitas vezes: “estou fazendo o meu trabalho, talvez este não seja um problema meu”.

Mas, hoje quando acordei e, enquanto passava com o meu carro pelas ruas inundadas e esburacas, ouvia, pelo rádio, as insistentes investidas para impedir a diplomação marcada para hoje e causar uma terceira eleição, vi que esse é sim, mais do que nunca, um problema meu. Esse paralelo absurdo entre as dificuldades do município e a insistência de um grupo de egoístas em atrasar as soluções foi como um balde de água fria lançado em mim naquele momento. É o meu problema, sim. É o problema de todos que estão fartos de todo esse imbróglio jurídico e que sentem na pele os problemas vivenciados pelo novo município. Chega!!! Parem de lutar contra o progresso do Rincão. Aceitem a derrota nas urnas, deixem o homem trabalhar e vão para o lugar em que a população escolheu que vocês ficassem: na oposição.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Em clima de natal!

Na última sessão do ano, isso se não formos tomados por novas surpresas, os afáveis parlamentares da doce e amada Içara decidiram participar do encontro praticamente vestidos de vermelho, longas barbas brancas e enormes sacolas recheadas de presentes. Não! Apesar de eles, teoricamente, representarem o povo, o presente teve outra destinação. O Executivo! Surpresa? Ora! O presente não poderia ser mais justo, a exemplo do brilhante trabalho que prestaram esses gestores. Foi um governo exemplar, sem escândalos e com destaque considerável para a saúde.

Quem precisa pegar um número de madrugada num posto de saúde e acompanha a realidade vivenciada pelo Hospital São Donato bem sabe do que estou falando. Por tudo isso, os “papais noéis” de Içara resolveram dar um aumentozinho para o prefeito, vice e secretários municipais. Uma pequena lembrancinha que vai refletir apenas no valor superior a meio milhão a mais anualmente nos cofres públicos. Sim, caros leitores, foi apenas um presente dos vereadores ao prefeito e vice eleitos e seus secretários. Afinal, o próprio Murialdo Gastaldon disse, em nota a imprensa, que não tem nada a ver com isso. E, se ele disse, nós vamos acreditar que tudo isso não passou de um grande ato de bondade por parte dos nossos legisladores...

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Os bastidores da Assembleia Geral da Cooperaliança

A Assembleia Geral Extraordinária convocada para amanhã pelo Conselho Fiscal da Cooperaliança segue agitando os bastidores políticos da cidade. O primeiro ponto, já dado como certo, inclusive entre a própria direção da autarquia, é que o presidente Pedro Deonísio Gabriel deve se afastar, através de licença médica, ainda nesta semana. A informação oficial garante que o estado de saúde dele não permite que permaneça na função. O fato é que a doença surgiu justo no momento em que o Conselho Fiscal anunciou que pode pedir o afastamento dele. E,segundo rege o estatuto,se o presidente estiver licenciado por motivo de saúde, ele não pode ser afastado.

Assim, a licença também poderia surgir como estratégia para permanecer na direção, ainda que esteja licenciado. Vale lembrar que, mesmo que ele peça licença e o vice-presidente Jorge Rodrigues assuma, por se tratar de uma licença médica, o mais provável é que ele também continue recebendo o salário (que ultrapassa R$ 8 mil por mês). Mais ou menos como o caso do vereador Neuzi Berto da Silveira, que anunciou que vai para fora do país fazer tratamento médico. Lá no exterior ele continuará recebendo o salário de vereador. Outro fato que balançou essas discussões ontem foi o pedido de liminar ingressado na última quarta-feira contra o Conselho Fiscal, com a intenção de suspender a assembleia. No entanto, a manifestação do juiz ontem foi contra a liminar.

Acordo?

Ainda dentro das especulações que se referem a Cooperaliança, existe outra corrente que garante que a assembleia até pode ser realizada amanhã, mas vai terminar em pizza. Parece meio improvável, mas dizem internamente que houve o ensaio de um possível “acordo” entre os dois grupos. A exigência seria só uma: que a Cooperaliança não participe do processo de licitação, que ocorre no próximo ano, para os serviços de manutenção da iluminação pública de Içara.

Se a informação proceder, coisa que prefiro nem acreditar, não só seria decepcionante para a população, como cairiam as máscaras de pessoas que finalmente deixarão escancarado que não passam de meros pseudo moralistas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Vereadores de Içara aumentam patrimônio em até 957%

O aumento patrimonial dos sete vereadores de Içara que foram à reeleição chegou à marca de 957,14%. Os números estão divulgados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem o propósito de controlar a evolução patrimonial dos candidatos e compará-las com os rendimentos declarados à Receita Federal. Os dados indicam que oito dos nove parlamentares mais que dobraram os patrimônios num período de apenas quatro anos.

Chama a atenção a evolução do patrimônio do suplente de vereador Dilnei Lima, que nas eleições de 2008 declarou ter R$ 14 mil em bens e, em 2012, divulgou um patrimônio de R$ 148 mil. Na primeira ele declarou um automóvel e na segunda apenas um terreno. O segundo vereador que mais enriqueceu no mesmo período foi o democrata Neuzi Berto da Silveira. Há quatro anos ele mostrou apenas R$ 5 mil, comprovados com uma moto Honda. Na última eleição o enriquecimento deu um salto de mais de 700%. De lá para cá ele adquiriu um Montana e um Corsa. Juntos os veículos somam R$ 14.300,00.

O vereador Itamar da Silva foi o terceiro com o maior patrimônio na lista dos que foram à reeleição. O aumento foi quase sete vezes mais do que aquilo que ele declarou em 2008. Enquanto na eleição passada ele professou apenas um terreno e participação em uma empresa, no pleito deste ano, além dos dois bens apresentados há quatro anos, que somavam R$ 12,5 mil, ele mostrou dois terrenos na Lagoa dos Esteves, um em Rio dos Porcos e disponibilidade de dinheiro em espécie. Tudo isso somou R$ 97,3 mil.


Avaliação da promotora eleitoral de Içara

Questionada sobre o aumento patrimonial dos vereadores de Içara, o promotora eleitoral, Maria Claudia Tremel de Faria reconhece que foi um acréscimo significativo, se considerar uma diferença de apenas quatro anos. Mesmo assim, deixa claro que a diferença de valores de um ano para outro não reflete prática ilícita. Principalmente porque os vereadores podem ter serviços paralelos às funções públicas.

Trechos da fala da promotora

O aumento geral em Içara foi significativo, verificando-se grandes acréscimos em apenas quatro anos. Contudo não poderia dar uma opinião técnica, uma vez que não tenho a relação dos bens e, principalmente, dos investimentos feitos, devendo, ainda, ser feita uma análise dos juros e da correção no período”.

Se for verificada uma diferença patrimonial vultuosa, principalmente nos casos em que o candidato eleito, antes de assumir a função pública, não dispunha desta quantia e nem de meios para auferi-la de maneira lícita, poderá ser iniciado um procedimento investigatório com o fim de verificar a origem dos bens que compõe o seu acervo patrimonial”.

Comprovado que o acréscimo patrimonial se deu de maneira ilícita, é possível que se ajuíze ação como forma de ressarcir e proteger o patrimônio público, pugnando-se pela devida restituição dos valores usurpados”.

É cabível medidas judicias e extrajudiciais para investigar como, de fato, se deu o acréscimo patrimonial, buscando conferir a licitude da evolução. O Ministério Público, ao tomar conhecimento de irregularidades, possui atribuição para investigar os fatos, dando, inclusive, início a uma investigação, tomando, em seguida, as medidas definidas pela lei”.

Vislumbrada alguma prática ilícita, enquanto Promotora de Justiça, adotarei as medidas cabíveis para solucionar o caso, como forma de conferir lisura ao processo democrático e ao uso do dinheiro público”.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Max na administração?

As discussões dentro do PMDB continuam quentes. A novidade é a possibilidade de o presidente da JPMDB, Max Mello, que até então era cogitado para a Secretaria de Educação, assumir a Secretaria de administração.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Cooperaliança: presidente pode renunciar?

O presidente da Cooperaliança Pedro Deonísio Gabriel está internado desde a última terça-feira. Informação corrente nos bastidores dá conta de que ele pode se afastar, ou mesmo renunciar o cargo, já nos próximos dias. Ele foi levado ao Hospital São João Batista no início dessa semana, com sintomas de um início de infarto. O problema teria sido agravado depois dos recentes episódios que envolvem o financeiro da Cooperaliança.

Se ele se afastar por recomendação médica, assume o vice-presidente Jorge Rodrigues. A dúvida é o posicionamento que este último irá tomar, já que havia especulação de que ele estava apoiando o PSD e o PP na eleição. Outro fato que pode ser levado em consideração é a possibilidade de uma nova eleição. Conforme previsto pelo estatuto, se o afastamento durar mais de 100 dias, obrigatoriamente uma nova eleição deve ser realizada. Neste caso, a nova informação aumenta ainda mais a possibilidade.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Rincão: economista estima arrecadação de R$ 9,5 mi

Entre as inúmeras dúvidas que permeiam o futuro do novo município, uma delas se refere a sobrevivência financeira do Balneário Rincão. Sobre isso, o economista Juliano Goulart esmiuçou sobre os repasses e estimou em R$ 9,5 milhões a futura arrecadação. Confira a entrevista na íntegra.

Kelley: Como são definidos os critérios da verba destinada pelos governos estadual e federal aos municípios novos?

Juliano Goulart (JG): “*Fundo de Participação dos Municípios (FPM):Do total de recursos 10% são destinados as capitais, 86,4% Aos demais municípios e 3,6% para o fundo de reserva aos municípios com população superior a 142.633 habitantes. A partir dessa classificação define-se um índice. Aqueles municípios com uma população de até 10.188 habitantes seu índice é 0,6. Entre 10.189 e 13.584 habitantes o índice sobe para 0,8. Na medida em que cresce a população, também cresce o índice.

Acredito que o Rincão terá um índice de 0,8 e assim o seu FPM líquido seria de aproximadamente R$ 5,5 a 6,5 milhões ano.

*Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB):

Os recursos do FUNDEB são repassados de acordo com o número de alunos.

Hipoteticamente, se o número de alunos no Balneário Rincão for o mesmo, ou aproximado, que Balneário Arroio do Silva, teríamos uma arrecadação de aproximadamente R$ 1 a 1,5 milhão.

*Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS):

Quanto ao ICMS, de acordo com o art. 133, inciso II, aliena "a" da Constituição Estadual, 25% do produto de arrecadação estadual pertencem aos municípios.A distribuição deste valor é feita da seguinte forma: 85% são distribuídos conforme a movimentação econômica e 15% em cota fixa. Ex: como Joinville detém de uma economia mais dinâmica que Içara, recebe uma cota maior de movimentação. No entanto, no que compete a cota fixa o que Içara recebe é o mesmo que Joinville recebe.

Balneário Rincão não tem característica de uma economia dinâmica. No entanto, em primeiro momento a nossa maior parcela do ICMS será a cota fixa, que deverá ser algo próximo de R$ 2 a 2,5 milhões.

*Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA):

Quanto ao IPVA, de acordo com o art. 133, inciso I da Constituição Estadual, 50% do produto de arrecadação pertencem aos municípios.Com base no exercício de 2011, em Içara foram arrecadados R$ 3.306 milhões.

Se considerarmos que 10% desses automóveis forem licenciados no Balneário Rincão teríamos uma arrecadação de R$ 335 mil.

*O Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU):

Se considerarmos que aproximadamente 30% das residências estão situadas no Balneário Rincão, a arrecadação será próxima de R$ 720 mil.

*Outros impostos e taxas:

1. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)
2. O Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (PRODEC)
3. Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)
4. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)”

K: Qual a previsão de receita do Balneário Rincão?

JG: Estimativa de Arrecadação, pelo conservadorismo contábil, ou seja, superestimando o potencial de arrecadação: R$ 11,5 milhões, do contrário, R$ 9,5 milhões.

K: O Rincão vai receber parte do que vem de Içara e este último município vai perder?

JG: Sim, Içara irá perder arrecadação no que compete ao IPTU, ISS e IPVA, porém nada não irá comprometer as finanças municipais. A estimativa veja bem, estimativa, é que não supera a cifra dos R$ 3 milhões, somando os três impostos, como já apresentado na resposta anterior.


K: Existe alguma estimativa sobre os valores que o município poderá gastar em cada setor (considerando a folha de pagamentos dos funcionários)?

JG: Vai depender da Lei Orgânica, pois lá são estabelecidos os percentuais a serem aplicados em saúde e educação. Por exemplo, como parâmetro no município de Içara, em educação a aplicação anualmente, nunca deve ser menos de trinta por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos. Quanto a folha de pagamento, tem que respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, despesa total com pessoal, em cada período de apuração não poderá exceder 60% da receita corrente líquida.